BLOG DO DIRETOR

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quarta-feira, 15 de agosto de 2012


Ouvi no Jornal Nacional uma reportagem sobre educação, aliás, mais uma denunciando a falência do ensino brasileiro.
Trinta e oito por cento dos alunos que completam o Ensino Superior são analfabetos funcionais. Sessenta e cinco por cento dos alunos que completam o Ensino Médio também estão inseridos nessa categoria. Para elucidar melhor, o analfabeto funcional é aquela pessoa que apenas lê e escreve seu próprio nome, tendo dificuldades para ler e interpretar mesmo pequenos textos.
Caros leitores, são números alarmantes, para não dizer, catastróficos. Exemplifiquemos a tragédia: Em um outro programa de TV, apareceu uma entrevista de uma empresa que desejava selecionar universitários para estágio. Mais de mil pessoas se inscreveram. Foi realizado um ditado. Sim, um simples ditado de vinte palavras. Sobraram menos de vinte candidatos que acertaram as vinte palavras. Nesse mesmo teste seletivo, chamou à atenção, um estudante de Economia que, cursando o terceiro período da faculdade, conseguiu a proeza de acertar apenas duas, apenas duas, repito, das vinte palavras.
Onde esta o problema?
A Educação Pública no Brasil evoluiu em quantidade mas, em qualidade, vem em um contínuo decréscimo de qualidade, há anos. Principalmente a Educação Básica.
No Brasil, a política governamental para nossa Educação privilegia o Ensino Superior, ajuda o Ensino Médio e abandona a Educação Básica, onde o estudante dá seus primeiros passos.
São famílias que não se importam com a qualidade da escola de seus filhos, apenas os querem longe de casa, alimentados e em dia com suas obrigações para recebimento de auxílios financeiros como o Bolsa-Família.
São escolas que lutam com uma política salarial defasada e com profissionais desinteressados.
Por fim, é o Mercado de Trabalho, as Empresas, os empreendedores que sofrem, na ponta final deste processo falimentar, com uma mão-de-obra totalmente desqualificada que lhes é oferecida. Fica para Empresa também o papel de educar, formar não só o empregado, mas também o cidadão. Hoje sobra emprego no Brasil e falta capacidade humana.
Países que já passaram por processos semelhantes ao longo de seu desenvolvimento tiveram que investir maciçamente em Educação. Mais do que simples dinheiro público, é preciso saber como gastar e adotar um Modelo de Gestão Educacional a ser seguido. Não adianta investir no Ensino Superior se o estudante chega lá mal sabendo escrever.
A cada ano aumentam o currículo escolar, aumentam os dias letivo, as disciplinas, hoje obrigam as escolas a ensinar, Sociologia, Música, Filosofia e os alunos desaprenderam a interpretar textos e fazer contas, as mais simplórias.
Penso que uma boa saída seria uma Política Governamental que privilegiasse, nesse momento, a Educação Básica, os alicerces da vida estudantil e um Currículo Escolar mais enxuto. Uma casa não se ergue se não houver boas fundações e o verniz só adianta depois de uma boa pintura.